quinta-feira, 7 de julho de 2011

A MÍDIA PADRONIZOU OS MODELOS PSICOLÓGICOS




Somos considerados um povo de muita criatividade, especialmente no estilo “magaiver” o rei das gambiarras do seriado da TV; mas estamos abusando da influência da telinha na vida cotidiana – um exemplo, a criatividade na escolha dos nomes das crianças está indo a mil – mas depois nem os pais conseguem soletrar ou escrever; se é que já um dia aprenderam.
Dependendo do que rola nas novelas temos uma epidemia de crianças com um mix dos nomes dos personagens favoritos, acrescidos de vários yyy, nnn,lll.

Além de sem memória estamos ficando sem identidade pessoal, familiar e cultural – a cultura regional foi pasteurizada e homogenizada pela ação da mídia.

A influência desse processo vai causar sérios distúrbios.
O subconsciente é o condutor das ações e reações na infância; e ele funciona como um potente scanner captando o que se encontra ao redor – para bom entendedor: meia palavra basta...

Antigamente.
Cada criança adotava modelos na família ou fora dela nos quais tentava se espelhar; e que, de um jeito ou de outro, acabavam influenciando fortemente a modelagem da sua personalidade: filho de peixe, peixinho era; influenciando sua forma futura de comportamento; e ditando seu padrão de atitudes daí em diante.

A busca de modelos na família está deixando de existir e a culpa ao longo do tempo é em parte dela mesma; pois formou todos os políticos, educadores profissionais e demais cidadãos que detém o poder no momento atual.

Os modelos para as ultimas gerações tem sido os da mídia.
Muitos são os fatores que levam cada vez mais a criança a adotar os modelos trazidos pela mídia: apresentadores de TV, atores, cantores, personagens.
Explica-se: a maior parte das crianças hoje é educada em casas sem regras nem limites ditados com inteligência e clareza; pois as regras já foram contaminadas pela valorização de prêmio ou castigo.
No contexto atual de ausência, os pais se tornam para essas crianças ou jovens, apenas os carrascos que os impedem de satisfazer seus desejos e vontades mais imediatas.
Além disso, as crianças têm uma clara percepção das neuroses, frustrações, medo, descontentamento, paranóias..., dos pais, atirando no lixo sua autoridade moral.

Nessa guerra pela audiência das crianças e jovens, a desvantagem da família é enorme; pois, o outro lado da telinha oferece modelos vitoriosos segundo os padrões que imperam na nossa sociedade.
Inevitável que crianças e jovens passem a ter uma queda por copiar as pessoas da mídia que chocam os adultos com suas roupas rotas, sujas, extravagantes, seu palavreado chulo, seus cabelos pintados, e badulaques espetados pelo corpo.
Nas letras das músicas os desafios ao bom senso e às regras sociais predominam.

Nenhuma novidade neste choque de gerações:
Sempre foi assim desde o princípio dos tempos; pois até certo ponto isso é necessário para gerar mudanças e progresso. Mas nós estamos abusando - a massificação desse processo está criando um contingente de border line em todos os sentidos, cujo vocabulário não ultrapassa algumas dúzias de palavras.

Não se trata de culpar a mídia pelo contexto; até porque não há mídia sem os profissionais da mídia, e de onde eles vêm senão do seio da própria sociedade e seu sistema de educação.
É claro que a cada dia mais, a ação da mídia e da televisão também exerce poderosa influência na organização interna familiar da atualidade e até dita padrões de comportamento individual e coletivo dentro e fora da família.
Quem não se submete às regras da moda é considerado retrógrado e careta, seja na relação pais e filhos ou entre as crianças e os jovens. Essa situação trouxe perturbações graves no equilíbrio íntimo das pessoas, família e sociedade.

Na relação entre os jovens quem ousar não andar na moda tal, não fumar nas rodas, não beber, não transar ou não consumir drogas nas festas de embalo ou baladas, está excluído da turma.
O sistema perverso de padronização que a turma da mídia criou até sem perceber, detona com os limites internos das pessoas e sua visão de mundo.
E a estrutura da família que deveria ter na sua base de sustentação as regras de convivência harmoniosa, ética e pacífica ficou muito instável; pois a maioria dos pais não tem preparo suficiente para manter o conjunto de regras e de limites e ficaram cada vez mais pobres em ética. Em muitas famílias cada um faz o que lhe dá na telha para preservar seus interesses.

Solução
O padrão de regras da casa deve tentar sair do convencional ou aquilo que se chama de normal; para que as pessoas adquiram qualidade.

Com quem seus filhos se parecem?

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