domingo, 23 de maio de 2010

RECORDAR É APRENDER – A ECOLOGIA DOS TIPOS DA ESCOLA – parte II

Antigamente os rótulos colavam muito fortemente e até feriam quando tentávamos nos livrar deles. Ás vezes, nós temos a falsa impressão de que tudo continua na mesma – mas, é preciso admitir que a sociedade esta cada vez mais tolerante com relação a algumas intolerâncias do passado; apenas a algumas; pois, com relação a outras, pouco ou nada mudou.

Um dos maiores avanços foi com relação á intolerância das tendências sexuais. Claro que ainda há muitos bolsões culturais de grave falta de tolerância; mas, no contexto geral, houve progresso.

O FRESQUINHO

Esse tipo leva jeito; mas ninguém viu nem sabe se é. Tipo “denorex”. São um tanto jeitosos, cheios de trejeitos e de vez em quando soltam uns gritinhos desafinados se provocados; ou mais ainda, nos momentos de extrema euforia.
Costumam dar-se bem tanto com o grupo masculino quanto feminino; embora fiquem com as orelhas quentes quando se afastam de alguns grupos.
Costumam vestir-se de maneira extravagante para os padrões da sociedade local.
A denominação de “bichinha” comporta mais o conceito de diferente dos normais ou até de extravagante; do que algo relacionado com as tendências sexuais da pessoa, tanto que no grupo das bichinhas temos tanto homens quanto mulheres.

O C.D.F

Esse é o cara!
O mais odiado e mais invejado da turma é sempre o que não pensa em mais nada além de estudar e tirar as melhores notas para ser notado e invejado como o melhor.
Esses “nerds” são amados quando emprestam os cadernos, deixam os outros copiar a lição de casa, deixam alguém colar na hora da prova.
Todos querem estar no seu grupo nos trabalhos em equipe; menos nas atividades de educação física; quando normalmente são odiados.
Nas festas a maioria quer estar bem longe dele.
Disputa a tapa, se preciso for, um lugar na turma do gargarejo. Aposta todas as fichas da vida no estudo como trampolim para subir na vida e ser notado, admirado e invejado.
Mas:
Nem sempre conquistam melhores posições na vida profissional e social.
Dizem alguns entendidos que é por estarem sempre na mira, na linha de fogo da inveja dos outros; pois sua perseverança ofende a preguiça da maioria normal.

O VAGAU

É doutor em desculpas e justificativas; a lei do nenhum esforço é a sua diretriz de vida.
Não é que ele seja um jeca tatu, pois quando as coisas lhe interessam ele é um pé de boi. Simplesmente é uma jogada de marketing pessoal para disfarçar sua inveja do c.d.f. O sonho de todos os vagaus é tornarem-se um c.d.f.

O vagau desenvolve um jeito estudado de quem não quer nada com nada; mero jogo de aparências; por isso, costuma surpreender muita língua comprida quando resolve assumir uma postura diferente; embora essa doença tenha uma cura complicada.

Cuidado, a postura de vagau costuma ser contagiosa, pois a preguiça pega.
A maior parte deles vai continuar na mesma até porque recuperar o tempo perdido num estalo, de um dia para outro é difícil.
Vagau que dá certo; costuma descobrir sua condição até a adolescência e trata de correr atrás do prejuízo; daí em diante, um abraço, é mediocridade na certa; no máximo vai virar um normal.
Será?

O CERTINHO

Responsabilidade um pouco acima da média; uma pitada de coerência; e o incrível hábito (se comparado com a galera) de cumprir com os deveres mais simples; torna essa criatura um ponto de referência para o resto do grupo; embora se torne um alvo para os medíocres descarregarem sua inveja na forma de piadinhas. Costumam ser ponto de referência das sogras em potencial que adorariam tê-los ou tê-las como genro ou nora; mas, por ironia do destino, não se sabe bem o motivo, tendem a se juntar ou casar com malas sem alça – Aí que dó!
A explicação dos “entendidos” é: cada qual atrai seu complementar. Quem quer um certinho na sua vida que se denuncie...

CABEÇA DE FERRO

Facilidade para aprender com naturalidade sem muito esforço; torna essa figura um objeto dos desejos, todo mundo na escola inveja essa característica – hoje são chamados de crianças índigo.
O que o diferencia do c.d.f é a naturalidade com que aprende, quando o outro precisa de um esforço redobrado.
Não chegam a ser gênios, talvez por isso mesmo, detém a chance de saírem-se muito bem na vida.

Ajoelhou tem que rezar! – Matou tem que comer!
A evolução é meio parecida com a eclesiástica lei da selva.
Ninguém mandou progredir e avançar mais do que os outros:
Tudo na vida tem um preço; se não usam a cabeça enferrujam fácil, tornando-se portadores de Alzheimer e outras doenças de falta de uso dos talentos já conquistados.

O GÊNIO

Essas peças raras costumam resolver tudo com tanta facilidade; e se tornam tão diferentes da maioria que costumam isolar-se ou serem isolados.
Todo mundo é tão despreparado psicologicamente para ser gênio ou lidar com um; que parte deles desenvolve problemas psiquiátricos.
Para a maioria dos normais; gênios são pessoas para serem admiradas á distância, bem á distância; conviver com uma delas; ninguém normal “merece” – pois, é encrenca na certa.

O PALHUDO

O desejo de ser grande transforma o mentiroso compulsivo numa figura caricata.
Tudo ele sabe; tudo ele já fez.
Tudo dele é melhor, maior, mais caro, mais difícil de encontrar.
Breve torna-se um desacreditado, mas no fundo é um cara “legal” que todos toleram; pois, suas palhas são apenas contar vantagem e suprir seu sentimento de menos valia e de inferioridade - raramente prejudicam alguém intencionalmente – no fundo são boa gente problemática.
Mudar esse marca pessoal torna-se muito complicado e difícil, pois as pessoas não conseguem acreditar em quase nada do que ele diz.
É natural que as coisas não corram muito bem para ele, já que a mentira tem pernas curtas; e quase sempre esse tipo leva uma vida medíocre até o fim de seus dias.
Palhudos vivem se queixando de cansaço – pois sustentar uma palha atrás da outra, dá uma canseira danada.
Costumam morrer na “palha financeira”.

O ENCRENQUEIRO

Há pessoas que tem o dom de criar confusão até onde não é possível.

Alguns assumem as encrencas; mas a maior parte deles arruma encrenca e puxa o carro.
Eles são muito ligeiros; tiram o seu da reta e deixam sobrar para os outros, mais lerdos.

Amado ou odiado o encrenqueiro não consegue deixar de colecionar desafetos por onde passa.

Esse nó cego de nascença costuma andar sempre enrolado. Pois cria encrenca de forma compulsiva mesmo que não queira; em todos os lugares onde se encontre – todos os acontecimentos em que estiver envolvido geram confusão.
Na sala de aula o encrenqueiro costuma fazer parte da turma do fundão.

Amizade com eles só “en passant” – pois, caso contrário; nós pagamos o mico.

O PALHAÇO

Aquele que sente uma necessidade compulsiva para tornar-se o centro das atenções, lá no fundo costuma ser um sujeito triste, com muitos recalques.

Para quem tiver paciência de observar; não é difícil ver que por trás da máscara do palhaço sempre é possível encontrar uma pessoa muito humana e interessante; ou uma pessoa amarga e irascível na vida íntima.

Há palhaços e palhaços!
Alguns muito conscientes do papel a desempenhar – outros não.

O palhaço quase sempre é um mistério a ser desvendado.

Cuidado para não magoar um palhaço, pois essa pode ser uma atitude muito perigosa.

Na postura de vida:
Prefere situar-se no meio do ambiente onde faz seu palco.

No sentido pejorativo é o normal; o ser vivente: votante, pagante, contribuinte...

Ainda não se identificou?

Não?

Entâo:

Continua...

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