quinta-feira, 20 de maio de 2010

O CAVALO E O BURRO.

O cavalo e o burro
Adaptação da adaptação de Monteiro Lobato.
Era época de eleição no reino da bicharada. Dois amigos eleitores o cavalo e o burro iam votar no mesmo candidato e no mesmo partido, seguiam juntos para a cidade.
O cavalo contente da vida, relinchando sem motivo; com uma carga de trabalho de quatro arrobas apenas; e isso, após um feriadão prolongado e esticado pelas mordomias e direitos acumulados. Já o burro — Coitado! Gemendo sob o peso de oito; fora as horas extras trabalhadas no feriadão prá poder pagar o carnê das casas bahia.
Em certo ponto, o burro parou e disse:
— Não posso mais! Esta carga excede às minhas forças e o remédio é repartirmos o peso irmãmente, seis arrobas para cada um.
O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada.
— Ingênuo! Qual é mano? - Quer então que eu arque com seis arrobas quando posso tão bem continuar com as quatro? Tenho cara de tolo? Sou um muar concursado; eu me tornei alazão com direito a mordomias – Tá doido cara?
O burro gemeu:
— Egoísta, Lembre-se que se eu for prá caixa; pro INSS ou morrer você terá que seguir com a carga de quatro arrobas e mais a minha; prá continuar com suas mordomias.
O cavalo continuou tirando uma de novo, e a coisa ficou por isso. Logo adiante, porém, o burro tropica, vem ao chão e rebenta. Vai prá caixa e depois pro INSS com doença incapacitante.
Chegam os tropeiros do FMI, maldizem a sorte e sem demora arrumam com as oito arrobas do burro sobre as quatro do cavalo egoísta. E como o cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem piedade – cortam todas as mordomias e as vagabundagens.
— Bem feito! Exclamou o papagaio argentino. Quem mandou ser mais burro que o pobre burro e não compreender que o verdadeiro egoísmo era aliviá-lo da carga em excesso?
Tome! Gema dobrado agora; em 2011; 2012…

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