quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O FILHO IDEAL E O PAPEL DA INFÂNCIA NA EVOLUÇÃO




O universo está em permanente evolução distribuída em ciclos de criação, destruição, reciclagem. Como os outros; este nosso não é perfeito. Até mesmo nosso sistema de progredir coletivo, embora á primeira vista pareça adequado não se mostrou eficiente; daí os construtores e os tutores da nossa escola Terra resolveram promover algumas modificações já em andamento, para aperfeiçoar o mecanismo.

No que se relaciona á educação.
O antigo:
Os pais ou tutores vêm antes e preparam-se para receber os filhos, facilitando seu progresso, aparando tendências inadequadas e reforçando as já corretas num processo que chamamos: Educação. Não deu muito certo; pois a maioria das nossas trapalhadas e atrasos existenciais decorre exatamente das falhas no sistema que está quase errado tanto no conteúdo quanto na aplicação.
Daí algumas mudanças em andamento nos espantem – dentre elas: a precocidade com a respectiva diminuição da dependência da criança da tutela (está mais para jugo) dos adultos que se recusaram a crescer e a assumir a condição de educadores (estamos mais para reprodutores).

Em teoria: nossa infância prolongada facilita a absorção de estímulos e experiências a serem somadas às já arquivadas pelo espírito. Desde o momento da fecundação começam as interações, numa incessante troca, onde cada qual deve ser responsável pelo que oferece aos outros; desde cedo é possível fazer a leitura dos impulsos e tendências daquele espírito; aproximadamente até os 5 anos de idade ele está na vitrine da vida; antes de receber o aprendizado das máscaras da personalidade, imposto pelos adultos.
Superada a fase de infância, começamos a mostrar a que viemos na existência e o programa de trabalho existencial tinge-se de cores mais fortes.
Na adolescência, aflora o programa de trabalho do espírito sob a forma de tendências, impulsos, bloqueios, inibições. A interação social, cultural e ambiental na infância pode atenuar ou amplificar essas tendências.
Assumir a plenitude do livre-arbítrio gera uma crise existencial especial de transição entre infância e maturidade; uma encruzilhada existencial; pois cada escolha pode ser determinante nos rumos da evolução. Esse é um período caracterizado por amplas e profundas modificações psicossomáticas; a adolescência é expressão de uma fase de equilíbrio instável e de conflitos de toda espécie, sobretudo afetivos e emocionais. Avivam-se os processos intelectuais e, a sensibilidade, nesta fase em que se completa o desenvolvimento morfológico funcional do ser humano. O adolescente encontra-se frente a uma situação diversa da infância e, que exige dele uma definição; pois precisa decidir que rumo vai tomar na vida, em todos os sentidos, do financeiro ao afetivo - emocional. As relações familiares tornam-se mais difíceis e complexas, pois aflora nesta época, todo conteúdo da personalidade real do espírito; a família nesse momento fica desnorteada; é como se tivesse surgido um novo indivíduo no meio dela; que tem atitudes de um adversário insatisfeito, revoltado.

Resumo de algumas finalidades da infância prolongada:
- Abastece a criança de novas experiências e conhecimentos que reciclam os arquivos do inconsciente.
- Ajuda a discernir entre atitudes positivas e negativas da conduta do adulto; de exemplos negativos a criança pode assimilar positivamente, exemplo: filho de pai alcoólatra pode abominar o álcool.
- A necessidade de proteger a criança permite ao adulto desenvolver sentimentos amorosos capazes de facilitar a reconciliação entre desafetos do passado.
- A longa dependência estimula o adulto a sentir-se responsável por ela, o que, acelera a maturidade psicológica.
- Desenvolve no adulto a percepção do não verbalizado; pois nos primeiros meses de vida a criança é incapaz de expressar sensações, isso se torna um exercício de perceber os outros: o choro ajuda a diferenciar entre dor, medo ou birra. Basta treinar para identificar a doença que se aproxima, pois é sempre precedida pela mudança no comportamento habitual da criança.

Na prática essa idéia divina não funcionou entre nós; pode até ter dado certo em algum lugar do universo ou da galáxia; mas aqui; não.
Exemplo, o sonho do filho ideal nesta sociedade de consumo: barrigudinho, bobão e dorminhoco; e que tivesse um botão de liga e desliga – pois, dessa forma dá menos trabalho...

As crianças da atualidade mostram que no futuro por aqui a infância será bem mais breve. O pai e a mãe não precisarão ficar tanto tempo presentes (mais atrapalhando do que ajudando). Muitas delas, na atualidade já nascem quase falando; são mais proativas, tem vontades e desejos bem mais definidos; mais verdadeiras...

Claro que nesta fase de transição tudo parece atrapalhado e a ausência materna em virtude das lides profissionais parece até um retrocesso (um item a ser estudado ao longo dos próximos tempos); dizem que é um dos motivos falta amor na atualidade – mas, o que consideramos amor está mais para doença e obsessão usando o sentimento de posse.
Parece piada; mas talvez não seja.
Duas mães modernas conversando:
- Amiga, como estão seus filhos?
- Bom ter me lembrado; deixa perguntar para minha funcionária: Fulana como estão as crianças?
- Senhora; amanhã envio um relatório para a senhora; preciso perguntar: á psicóloga, á nutricionista; á psicopedagoga, á fonaudióloga, ao pediatra, á professora; não sei se esqueci de alguém – mas acredito que deve estar tudo bem; mas prometo que até amanhã; no mais tardar em dois dias envio relatório.
- Que alívio amiga: está tudo na rotina!

Parece que a vida está mais complicada; mas, talvez não esteja – esperamos que essa nova tentativa educacional dos nossos cuidadores planetários, dessa vez, dê mais certo. Quem sabe as crianças se eduquem melhor longe dos já adultos; quem sabe.

Quando tudo parece errado; acaba dando certo.
Se alguém tiver outra idéia; parece que a vida está sempre aberta a “novas” e inovadoras experiências.

Sei lá; mas desconfio que deva estar mais ou menos feliz por não ter sido o filho ideal. Sei lá.

Namastê.


Nenhum comentário:

Postar um comentário