sexta-feira, 17 de junho de 2011

CULTURA DO “LAVO MINHAS MÃOS”




Sempre tivemos problemas com o permitir e o negar em virtude do indevido envolvimento da afetividade no processo.
O mundo seria outro se tivéssemos seguido a diretriz do Mestre: sim, sim; não, não.
Claro que antes dele houve muitos ensaboados; mas, Pôncio Pilatos foi o que entrou para a História como “bagrão ensaboado cósmico”; depois ardorosa e freneticamente copiado pelos políticos e profissionais da justiça ao longo do tempo.
Tal e qual ele, pensamos que somos muito espertos ao descobrirmos uma forma de não nos responsabilizarmos nem nos comprometermos na defesa dos nossos nem sempre claros interesses: nem sim, nem não; apenas talvez.

Com o talvez, quem sabe.
Nós inventamos a atitude de ficar em cima do muro quando se trata de concordar ou discordar, negar ou permitir.

Estamos submetidos a todas as leis desta dimensão da vida.
Dentre elas, a da relatividade.
Ela é uma das que regem nossas vidas.
E cabe muito bem nas relações humanas desde que usada com inteligência, transparência e honestidade de propósitos.
Quando mal usada, descamba para a postergação, mentira, medo, insegurança e até para a chantagem, quando se aplica o condicional: depende.

Permito desde que.
Pode até ser uma adequada forma de argumentação; desde que seja: transparente, inteligente e honesta.

Na maior parte das vezes, o talvez sim talvez não, torna-se uma forma interesseira e pouco corajosa de negar.
Ao fazer “cara de paisagem” e esperando que a solicitação do outro despenque no esquecimento; o indivíduo cria para si mesmo, uma forma de pressão e de medo; tal e qual na atitude de mentir; o subconsciente ficará em guarda o tempo todo alimentando o medo de ser descoberto, perdendo contato com a realidade e sofrendo um incrível desgaste de energia. Esse artifício é uma das bases do treinamento que indevidamente chamamos de educação: medo, mentira, suborno e chantagem são os recursos pedagógicos habituais.

A turma que apenas anda pelo que imagina ser o caminho do meio sem conhecer os extremos é a que mais usa esse tipo de expediente. O maior perigo disso, é que, atitudes repetidas criam padrões de hábitos rotulados depois como educação.

A melhor política de vida é sempre decidir no momento, deixando claro que havendo mudança de fatores e de valores, a decisão pode ser mudada; segundo as leis.

Em cada família sempre há um adepto da cultura do “lavo minhas mãos” para receber as indevidas glórias ou cobrar depois; quando algo que foi permitido ou negado deu certo ou errado.

Geração após geração, nós criamos a atual estrutura de aplicação da justiça baseada em escapes mil para privilegiar os que detêm o poder e fabricam as leis e as rotinas judiciárias para tripudiar a Justiça Natural.

Que não se ofendam os grandes atravessadores da evolução humana ao postergar a aplicação da Justiça Natural gerando a mentira e a ilusão.
Tomar remédios de uso contínuo, também não deixa de ser um interminável habeas corpus a proteger os delinqüentes da própria saúde e vida.

Com a palavra o Meritíssimo.

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