sexta-feira, 13 de agosto de 2010

EDUCAÇÃO CABE EM QUALQUER LUGAR.

Somos metidos a coisas grandiosas; e nos espantamos com atitudes simples de qualidade humana; até aquelas posturas básicas na educação de “berço”; coisas bem primárias: dar passagem a quem tem pressa; cumprimentar; ceder lugar aos idosos, gestantes, pessoas com necessidades especiais; sorrir; usar de cortesia; falar no tom correto; usar palavras adequadas; lavar as mãos após espirrar e antes das refeições; não tecer comentário a respeito de pessoas ausentes; agradecer; cuidar da higiene pessoal; mulheres: primeiro; etc.
Pessoas que cumprem esses mínimos requisitos de civilidade entre nós são consideradas pessoas de finíssima educação pela maioria.

As que vão um pouquinho além do basicão; em se tratando de ética cósmica: olhar nos olhos durante a fala; preferir servir a ser servido; consolar a ser consolado; esperar que os outros se sirvam; ajudar; usar de empatia; perdoar; relevar; ouvir sem interromper; expressar gratidão; fazer aos outros; apenas o que deseja para si; falar a verdade; respeitar a si, aos outros e ao planeta; ser honesto em princípios e atitudes... Essas pessoas, são vistas como Ets; trouxas; seres estranhos...

É inegável que os princípios básicos de civilidade foram por água abaixo nos últimos tempos – pois, geração após geração a qualidade humana de boa parte das pessoas foi substituída pela neurose da competição; que cultua o deus dinheiro e seus guardiões: a ganância, o egoísmo, o orgulho e a falsidade como mentores.
Até o conteúdo básico da educação substituída pela instrução foi por água a baixo: é moda entre os novos vencedores; sentir orgulho em apregoar que no seu currículo consta: curso básico não concluído; curso médio concluído; e a contra gosto: curso superior comprado a prestação.

Como dizem os manos: estamos ferrados.
Pois:
A palavra de ordem é consumir a tudo e a todos.
O desejo de consumo das pessoas é subir na vida; de preferência, usando os outros como escada; para atingirem o topo e sentirem-se os vitoriosos reis da cocada preta.

Inegável; estamos indo para o fundo do poço. E para sair dele: só Deus sabe como.
Nos últimos anos a coisa degringolou muito rápido.
Motivos?
São muitos; mas, dentre eles, a velha educação de rua adentrou violentamente nas casas através da mídia de ação rápida; em especial a TV – nossa programação (diferentemente da européia – que mais se parece com a TV Educativa) é na maior parte do tempo violentadora da paz íntima das pessoas – Além disso, adota posturas nas suas grades de programação que escarnecem da boa conduta e apregoam todas as pilantragens da vida. Saída? - Para quem tiver olhos de ver e ouvidos de ouvir: mude de canal – melhor: desligue-se da mídia...; relaxe leia um bom livro; ouça; uma música decente; caminhe; respire fundo; reflita sobre sua vida...

A origem do problema reside na educação de berço.
Mas, como consertar os “aleijões” da educação que vem rolando geração após geração?

Como tudo recomeça:

Na formação da nova família cada um dos parceiros recebeu um tipo de formação cultural diferente; mas, uma coisa o casal tem em comum: as regras em casa tinham um quê de ética de fachada; mas, raramente eram aplicadas e respeitadas.
Com certeza tanto um quanto outro traz problemas até sérios de educação e, eles são tantos, que é impossível abordarmos todos neste tópico.
Vamos analisar os que precisamos tentar resolver com mais urgência (quando digo precisamos; é porque, os problemas na educação de uma pessoa ou de uma família; interessa a todas as outras, esse assunto não comporta mais qualquer tipo de alheamento; sob pena de todos os esforços em prol da paz; acabarem em pizza).

A confusão entre educação e instrução/informação.

Quando se trata de instituir regras de convivência familiar cotidiana o que não importa muito é a formação técnica das pessoas e o seu grau de instrução. É preciso desfazer a confusão que foi criada entre educação e instrução/informação. São coisas complementares, mas independentes.
Educação é a construção do indivíduo como ser cósmico, cidadão, pai, mãe, filho, amor, marido, mulher...
Instrução é a sua capacitação para a vida profissional e social.
A primeira engloba a intimidade da pessoa é a sua marca de qualidade pessoal e comporta a instrução e a socialização. A segunda não comporta a primeira, ao contrário, pessoas muito instruídas, porém mal educadas representam enorme perigo para a paz pessoal e coletiva.
Um bom número de pessoas bem instruídas, pensa que encontrou um bom caminho para educar seus filhos terceirizando a educação; pagando as melhores escolas, onde a criança possa receber regras e limites. Grave erro, pois a responsabilidade maior sobre a educação da criança cabe à família, em seguida: professores, escola, governo, mídia, meio social (instituições, empresas, organizações), justiça, etc. E o fecho da educação de boa qualidade cabe á própria pessoa.

Pobreza de conteúdo.
A pouca qualidade pessoal que a maior parte das pessoas mostra nas lides do cotidiano, espelha muito bem a falta de conteúdo da educação recebida.

Teoria incompatível com a prática.
O treinamento da criança envolve excesso de teoria sem permissão para praticar. Um dos problemas que esse tipo de educação traz para a vida da criança; é o desconhecimento dos próprios limites como pessoa. Um sinal que a educação anda mal das pernas é que, ao invés de diminuir; aumenta o número de pessoas folgadas, invasoras dos direitos dos outros, descorteses, porcas, grosseiras, etc.

Recursos pedagógicos paranóicos.
Todas as atitudes que se enquadram em padrões condenáveis pela estrutura social que os adultos pregam para as crianças, a família usa e abusa como recurso pedagógico tais como: mentira, chantagem, tentativa de controle, terrorismo, violência de todos os tipos, suborno, hipocrisia, etc. O que mais assusta a quem se interessa pelo futuro pessoal e coletivo é que essa paranóia é tida e vista como uma coisa normal: sempre foi e sempre será assim, é a desculpa que as pessoas mais gostam de dar. Com a ajuda da mídia de ação rápida, banalizaram alguns padrões de comportamento que são verdadeiras aberrações.

Solução?
É preciso que na instituição da família seja acertado de comum acordo um conjunto de regras claras, lógicas e que sejam cumpridas à risca para que quando vierem os filhos o processo esteja automatizado. Pois, é necessário educá-los para a vida e não apenas capacitá-los a exercer uma profissão, a conviver com as pessoas ou mesmo a comportar-se de forma bem hipócrita – tão bem espelhada na propaganda política.
Em se tratando de limites: quem não os tem claros, não será capaz de ensinar os limites a ninguém.
Quem não pratica limites, não os respeita é incapaz de sinalizar limites aos outros.

Ao que tudo indica, a solução mais viável continua sendo a prática do semear através das nossas atitudes diárias; mesmo que a realidade de hoje; faça parecer sem sentido os motes: trabalho de formiguinha; se cada um fizer sua parte; o beija flor tentando apagar o fogo na floresta. Pois, a impressão que temos, é que o vendaval provocado pela mídia destrói qualquer tentativa de semear as sementes da boa educação e dos valores, compatíveis com a ética cósmica.

Desistir?
Jamais.

Vamos finalizar este bate papo com uma das nossas reflexões:
Se, queres paz e felicidade: Aprende desde hoje a exercitar a tolerância e o entendimento, pois; Virtudes são conquistas; não dádivas.
Distribui paciência e bondade a todos que te cercam; mesmo que adversários.
Auxilia enquanto podes.
Ampara quanto seja possível.
Alivia quanto sejas capaz.
Procura fazer o bem sem olhar a quem, quanto gostarias que te fosse feito. Enquanto podes...
Desculpa sempre, porque ninguém fugirá á lei de retorno.
Procura sempre a boa parte que há em cada um de nós, pois a apreciação unilateral é sempre um desastre. Busquemos sempre o melhor lado das coisas, das situações, das pessoas.
Para que façam o mesmo conosco.

Lembrete: nossa educação pessoal cabe em qualquer lugar.

Um comentário:

  1. Nossa! Que texto legal! Queria que todo político tivesse essa garra. Muito bom o resumo de boas maneiras e o histórico. Continue escrevendo sobre este tema, ok?

    Fica aqui uma sugestão de link com temas para de aprofundar a formação humana em família.

    Vida em Sociedade: Boas Maneiras, Virtudes Humanas e Cristianismo para a Vida Cotidiana. Informação Útil para a Família - Material de Reprodução Livre e Gratuita - Brasil - Ano IV -
    http://vidaemsociedade-sa.blogspot.com/

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