sexta-feira, 23 de julho de 2010

É PROIBIDO APRENDER?

PALMADINHAS:

A Terra é um planeta escola e não uma colônia de férias como nós gostaríamos. Estamos aqui para aprender a ampliar nossa consciência; e não, a passeio – mas, sei lá quando e onde; algum mestre maluco ditou que é proibido aprender e poucos questionaram.
Sem medo de errar; eu digo que nossos problemas na existência decorrem da falta de educação; não da instrução pura e simples - mas, daquela educação que visa equacionar o teorema: Quem somos nós? O que fazemos aqui? Quem sou eu? Qual é meu projeto de vida?

Adultos se colocam na condição de orientadores, cuidadores, professores, e alguns, até se atrevem a subir no pedestal de mestres das crianças. Acham que ensinam; mas, não deixam a criança aprender. Sim; na infância e até bem depois; é proibido aprender a ler os fatos mais básicos da vida.

Enchemos a cabeça das crianças de teorias e de crenças com suas mentiras, meias verdades, paradoxos e paradigmas; apenas para referendar as nossas e defender nossos interesses.

A criança é feliz, dentre outras coisas; porque não tem crenças; apenas observa, se extasia com a própria vida e a vive. Mas, o adulto já contaminado pelos sistemas de crenças não permite que ela aprenda através das lições mais elementares que se apresentam no dia a dia; tal como a lei de causa e efeito e a de retorno por sintonia.
Muitos graduados ainda fazem aos outros; o que gostariam que não lhes fosse feito; pois, nenhuma instrução recicla a má índole - e quando do inexorável retorno; chiam, reclamam, maldizem a sorte; esbravejam contra Deus – e continuam na mesma toada, incorrigíveis; numa inglória luta; contra si mesmos, sua paz – mas, talvez seus pouco competentes pais; tentaram corrigi-los na base da “porrada”, na chinelada, do rabo de tatu, da varinha de marmelo; da havaiana 42. – ou o mais comum: não fizeram nem uma coisa nem outra; feito políticos em época de eleição: ficaram apenas no vazio discurso detonado pelos seus maus exemplos.

A má índole deve ser detectada na infância. Em tempo: má índole não é transmitida via DNA; mas, que pode ser reforçada e aprendida; isso; pode.
Quando não; a culpa é de seus instrutores (família) que não souberam identificar-lhes os impulsos – poderiam ter sido educados quando lhes fosse permitido experimentar do próprio remédio.
Exemplo, os agressivos a se expressar naquelas coisas da infância: brigas na escola. Os agressores contumazes quando apanham; são logo defendidos com unhas e dentes pela família; que ás vezes, arma o maior barraco na escola para acoitar seu rebento. Pais coerentes deveriam aproveitar o recurso pedagógico que se criou e usar de bom senso do tipo: Filho gostou de apanhar do seu colega mais agressivo? – Não? – Então fique sabendo que as pessoas que você agride também não gostam! – Filho; roubaram sua borracha? – Gostou disso? – Não? – Então nunca pegue o que não lhe pertence!
Crianças com essa má índole não iriam “causar” na vida como agressores explícitos ou os piores: os camuflados – no trabalho, nas relações, na política, etc.

Voltemos ao ponto importante que queremos destacar: é urgente permitir que a criança aprenda!

Pode parecer incrível esse alerta – mas é verdade, não damos permissão para aprender - O tempo todo enchemos a cabeça e o “saco” da criança de teorias, irritamos seus ouvidos com tanto falatório tão sem sentido quanto fora de hora; e não as deixamos praticar.
Não permitimos experiências tão simples como a de vestir a roupa que deseja ou calçar o sapato que escolheu porque não combina ou não está na moda - uma das crenças castradoras: sempre a preocupação do que os outros vão pensar ou dizer sobre coisas fúteis e inúteis. Quando alguém tenta falar sério; lá vem o bordão dos escapistas: Nada a ver!
Não deixamos que a criança amplie sua consciência, desenvolvendo a capacidade de cuidar de si mesma; e de responsabilizar-se pela própria vida nas pequenas coisas do dia a dia. E, as desculpas para essa atitude são tão variadas quanto incompreensíveis para quem usar de um raciocínio simples e lógico. O aprendizado não existe sem a prática ou o fazer para capacitar-se a dominar a experiência do simples em direção ao complexo.

Onde estão os recursos pedagógicos?

Nas coisas mais banais como a dieta. Exemplo; imagine uma família que descobriu o desastre que é o refri (gás carbônico; açúcar ou os famigerados adoçantes; corantes, etc.). Logo vem o péssimo discurso: bem molecada; aqui em casa de agora em diante; a coisa mudou: refrí só em festa ou de fim de semana. Nada mais sem nexo; pois, a proibição apenas vai estimular mais o desejo. Caso o adulto fosse coerente e inteligente iria fazer o seguinte: uma semana sem refrí; e o coitado do corpo da criança já se depura; depois, dá um jeito (algo bem fácil) que a criança tome logo uns 6 ou 7 copos; pronto: vai sair refrí até pelas orelhas e uma saudável dor de barriga – nesse exato momento, é hora de usar a Inteligência: - Filho tá doendo muito? Vomitar é ruim prá caramba né? – Pois é, meu querido, eu acho que o problema foi o refri; vamos observar daqui prá frente? (normalmente o adulto não tem humildade alguma ao mostrar para a criança que ela pisou na bola – logo quem com aquela prepotência toda: Tá vendo? Eu não disse? Eu não falei! – Mas, sempre o, mas; se der algum analgésico para a criança; melhor não falar nada, cale a boca; e retire-se para a sua santa ignorância – já viu alguém morrer de vomitar uma ou duas vezes ou de cólica por gases? – Nem eu!

De que forma ajudar a criança a se tornar uma pessoa ética que se ama, que respeita o próprio corpo, que respeita as outras pessoas e o planeta?

Como passar valores éticos é outra dúvida.
Esse assunto é extenso; daí que voltaremos a eles.
Primeiro, é preciso tê-los.

É verdade que ainda não é fácil transmiti-los, pois o que a sociedade mais valoriza é o ter, possuir, aparentar a qualquer custo, não importa o preço a pagar; o diferencial de qualidade é não transformar essa realidade num anestésico de consciência; com as esfarrapadas desculpas de sempre: - Não adianta! Ninguém faz!

Outra dúvida difícil de ser respondida - Qual a diferença entre boa e má educação? - A rigor não há boa ou má educação, pois cada um apenas pode oferecer o que dispõe. Embora não sirva como desculpa para tudo que poderia ter sido reciclado, o fato é que recebemos uma educação voltada para a instrução e para os olhos da sociedade. Nossos antepassados fizeram isso por amor, nossos pais também; então tenhamos em mente que no passado fizemos o possível dentro do nosso padrão de crenças, conhecimento e vontade. Nossos problemas de conflitos íntimos podem se exacerbar apenas, quando com o conhecimento de hoje, teimarmos em agir como se fazia antes – podemos arriscar um palpite: a melhor educação, talvez seja uma educação assentada na rocha da mais pura ética cósmica.

Claro que mesmo ao final de qualquer bate papo; nós ainda podemos perguntar: Qual a melhor receita? Qual o melhor caminho para educar na vida contemporânea?
Receitas prontas, não as há, até porque contraria a lei básica de progresso.
Ao menos uma dica de solução?
A arte de meditar, que deveria fazer parte dos hábitos da família e até matéria da escola; mas, enquanto ela não for instituída nós podemos nos virar com os conceitos básicos do Evangelho e de todos os outros sistemas de crenças semelhantes; pois as leis da ética cósmica são sempre as mesmas.

Educar filhos é como trabalhar numa sementeira.
Aos pais cabe apenas escolher as melhores sementes disponíveis e semear. A colheita dependerá de muitos outros fatores.
Pessoas que desenvolveram a capacidade de encontrar um propósito para a própria vida e conseguem superar com serenidade os momentos de fracasso, perdas e rompimentos com certeza tiveram pais de boa qualidade.
Muitos já disseram que:
Para educar é preciso amar.
Para instruir e treinar basta apenas um pouco de conhecimento e alguma técnica.
Recordamos apenas que o conceito de amar envolve o de respeitar e cuidar; sem controlar nem impor condições, prazos ou custos; pois filhos são para sempre. Então, compartilhemos nosso aprendizado uns com os outros.

E pelo amor de Deus! – Vamos permitir que as crianças aprendam com as próprias experiências; monitoradas com bom senso.

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