sábado, 3 de março de 2012

DEIXE DE SER INFANTIL E VOLTE LOGO A SER CRIANÇA



Ouço tanto falar da importância de resgatarmos nossa criança interior que passei a cismar em retornar à infância. Mas acho que nunca saí dela de fato; e os indícios são muitos:

- Não deixei a fase oral – qualquer ansiedadezinha me leva a buscar satisfação na comida. Ao menos larguei a chupeta – não sou dado a mascar chicletes. O dedo eu não chupo mais – nem rôo mais as unhas nem masco as cutículas.
- Continuo na fase do contra – quando forçado tenho fortes impulsos de atuar ao contrário do que devia.
- Não deixei da teimosia nem de fazer birra.
- Não dependo de ursinhos nem de cheirinhos para dormir e coisa e tal; mas aí de quem jogar meu velho travesseiro fora, corre risco.
- Quando fico mais tenso e ansioso o “bicho carpinteiro” ataca de novo e fico amassando alguma coisa, mexendo os dedos das mãos ou as pernas.
- Ainda faço muitas “artes”; coitado dos em torno.

Será que preservei meu lado infantil ou não amadureci?
Qual seria o motivo ou os motivos que nos impedem de amadurecer psicologicamente? (amadurecer não é envelhecer uma coisa é diferente da outra).
E o que é a tal da maturidade?
Será que um dia nós estaremos totalmente maduros?
O jeito mais fácil de entender a maturidade é enxergá-lo como um caminho a ser percorrido e não uma meta. Provavelmente nunca estaremos totalmente maduros.
Talvez quando temos certeza de que não somos nem menos do que imaginávamos nem mais do que pensávamos ser. Quando percebemos com clareza que não somos nem melhores nem piores do que os outros. Que somos apenas nós mesmos, desse ponto em diante começamos a amadurecer.

Como resgatar o lado criança sem virar um adulto com atitudes infantis?
Parece a coisa mais difícil de ser atingida a tal da maturidade; mas não é; basta ficar ligado, vigiar muito, para assumir as conseqüências das escolhas que fizer e das atitudes que tomar.
Isso se chama responsabilidade.
Mas criança pode ser responsável?
Não há desenvolvimento da maturidade sem o paralelo desenvolvimento do senso de responsabilidade. Primeiro sobre si mesmo, seu corpo, sua vida sua existência. E depois sobre o corpo, a qualidade de vida do próximo e a sanidade do meio ambiente.
Não assumir, desculpar-se, culpar os outros, jogar nas costas do destino, da sorte, do azar, aí está o maior foco da doença chamada criancice.

“Entra por um ouvido e sai pelo outro...”

Essa eu estou tentando resgatar.
Uma das mais belas e necessárias qualidades infantis é a audição seletiva. As palavras e a informação entram por um ouvido e saem pelo outro.

A cada dia que passa é necessário que cada um resgate a criança íntima que mora dentro de nós. Nosso lado criança passa a assumir um papel dos mais importantes na vida contemporânea.

Só há uma complicaçãozinha:
O que resgatar?
O que vocês acham que é preciso resgatar?
Pureza não vale mais.
E cuidado:
Não vá muito fundo para não voltar um dia a usar fraldas, rsss...

Namastê

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