domingo, 4 de setembro de 2011

SAIA DA MODA - DEIXA DE SER COBAIA




Vivemos uma crise de identidade pessoal e coletiva.

Queremos a todo custo nos diferenciar uns dos outros.

Alguém deu a palavra de ordem: “A moda é ser diferente”. (?)

Logo todo mundo saiu correndo para se encher de bem ou mal traçados rabiscos, penduricalhos e, comprar as coisas da moda, para ficar na moda; e de repente ficaram todos iguais, comendo igual, cheirando á mesma coisa, vestindo igual, calçando igual, falando igual, repetindo os mesmos chavões...

Alguns deram um nó nas próprias idéias:
Como ficar na moda e ser diferente?
Se, estar ou andar na moda é uma forma de se enquadrar num padrão, pré/determinado por alguém que se imagina um ditador de moda, um fabricante de tendências para cobaias, manés, turmas e patotas.

Manés?
Cobaias?
Se me chamar de mané eu brigo. Se chamar de cobaia, é a mãe...

Será?
A dúvida é uma coisa danada, um vírus que mata qualquer certeza anêmica e que cria um batidão de som na cabeça que leva á piração do pônei maldito...

O cara começa a falar sozinho e a ouvir dos seus botões: mané! cobaia!, mané! cobaia!

E vai aumentando e vai ficando mais forte, insuportável...

De repente um estalido de ficha caindo:

A revolta das cobaias!

Putz é isso!
Por que não pensei nisso antes?
E, aquela voz maluca começa a repetir na cabeça: - é a hora das cobaias se revoltarem.
Que loucura!
Imagina você um novo criador de tendências.
Uma verdadeira ovelha negra das cobaias.

Logo a cobaia atacada pela dúvida entra em delírio criativo.
Imagina até escrever um livro: “A revolta das cobaias” que com certeza vai ser filmado em Hollywood e com tanto sucesso que logo vai ser seguido da revolta das cobaias I, II, III, IV, etc.
E começa a criar sapatos para cobaias revoltadas com a ditadura da antiga moda; bola novas frases e formas de cumprimento e saudações.
As roupas para a turma de cobaias revoltadas têm que ser diferentes; muito diferentes dos outros, dos manés, tem que ser bem estilizada.

De repente entra em surto criativo e imagina a “criação” de uma ONG para defender os direitos das cobaias revoltadas. Imagina a parada das cobaias, o dia das cobaias.

Mas:
O vírus da dúvida volta a atacar novamente: como convencer outros manés e cobaias a se revoltarem para engrossar sua patota.
Como e para quem vender suas idéias e criações?
Quem vai comprar sua moda?
A cobaia exausta depois do surto criativo; entra na fossa, tranca-se no quarto para curtir uma depressão liga seu som para ouvir as músicas da moda. No outro dia veste-se na moda, fala as coisas da moda, repete, repete: Tum Tum tumtntá umtumtum esquieridquizum... Pôneis malditos, pôneis malditos...

De repente surge um maluco da hora:
Galera!
Não é preciso procurar ser diferente dos outros.
Não existe um ser humano igual ao outro.

A moda do momento é ser você mesmo.

Eu hein!
Tô fora!
Que coisa careta!
Vou vender essa idéia prá quem?

Namastê.

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