sábado, 27 de fevereiro de 2010

LIBERDADE ASSISTIDA

Escolha minha, problema meu!
Escolha sua problema seu!

Quando nos interessa, em determinados momentos, costumamos levar a responsabilidade relativa ás escolhas ao pé da letra, de forma egoísta e até simplória.

Nosso assunto de hoje, é discutir a questão do livre arbítrio, dentro do contexto da interatividade; pois gostemos; queiramos ou não; o problema de um torna-se relativamente o problema de todos; inexoravelmente.

Não há como deixar de escolher; pois a partir do instante em que passamos a pensar de forma contínua é impossível parar de pensar e escolher.
Pensamos vinte e quatro horas todos os dias; até dormindo; em conseqüência disso; as fazemos o tempo todo, mesmo durante o sono; até a atitude de não escolher é uma opção: a de não escolher. Ao nos negarmos o direito e o dever de optar; nós deixamos o caminho livre para que outros o façam por nós; e, nos entregamos passivamente ás conseqüências. Pior é quando impomos aos outros ou os deixamos sem opção, estamos assumindo compromissos penosos para o futuro; mesmo que eles nos perdoem.

Desconsiderar a lei de causa e efeito e a de retorno é um entrave cada vez mais importante á nossa evolução.
Um dos principais fatores de complicação de escolher com qualidade é a educação baseada em falatório quase sempre contraditório; e a falta de permissão para que a criança experimente os efeitos das suas escolhas; se fosse possível os adultos tentariam manipular e controlar a vida dos filhos por tempo indeterminado. Ainda bem que somos desiguais ao infinito, e algumas crianças trazem de forma inata uma forte vontade de escolher segundo seus desejos, sendo difícil manipulá-las ou controlá-las; essas são rotuladas pela família de pessoas de gênio forte ou desobedientes.
A tentativa de enquadrar as crianças em parâmetros, hábitos e paradigmas culturais de uma sociedade sem respeitar a individualidade, torna-se um agente castrador do aprendizado da arte de viver e de desenvolver aptidões.

A capacidade de escolha é relativa no tempo e no espaço.

Segundo a visão de mundo que vai do nascer ao morrer, foi convencionado que a partir de determinada idade o indivíduo pode fazer suas próprias escolhas; e a partir de outra, será responsabilizado pelas conseqüências inadequadas (leis de responsabilidade civil e criminal). Visto segundo uma ótica mais abrangente, a capacidade de optar e de responsabilizar-se independe da idade cronológica numa existência; está sim diretamente relacionada ás condições de evolução do indivíduo ao longo do tempo; isso explica o fato de que algumas crianças demonstram mais maturidade, capacidade de discernir e até sejam mais responsáveis do que os adultos que a cercam.

No presente as opções estão limitadas pelas conseqüências das escolhas efetuadas nos tempos passados.
Nossa evolução não é uniforme, em virtude disso, as opções e a liberdade de escolha num determinado espaço de tempo é desigual; analisando-se esse fato num contexto limitado, a lei de causa e efeito assume a aparência de um determinismo, sempre simploriamente confundido com sorte, azar ou destino.

Discernir é a arte de escolher com raciocínio, antevendo os possíveis efeitos das opções. Como todas as outras, essa arte apenas se desenvolve com a prática. Quem não usa o livre arbítrio de fio a pavio nunca será capaz de desenvolver a capacidade de discernir; nem irá adquirir sabedoria; mesmo saturado de conhecimento e teorias.

Quando o assunto é opção ou escolha uma questão a resolver é a liberdade ou não para executá-la inserida no livre – arbítrio.

Na condição de pais e educadores é preciso aprender a selecionar situações onde a criança possa viver de fio a pavio as conseqüências de suas escolhas – é preciso também mostrar á criança as situações onde está compartilhando com as escolhas erradas de outros – especialmente, as que se localizam na vida em família.

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