quinta-feira, 26 de maio de 2011

UM TACÓGRAFO CHAMADO MEDO

Em nossa viagem cósmica nesta parte da estrada da evolução a sinalização está mal conservada; ficando a critério do bom senso de cada um acatar os limites de velocidade.
Uma das travas naturais para impedir a aceleração demasiada e capaz de levar a sérios acidentes de percurso, é o medo.

Mas:
Na sociedade neurótico/paranóica essa trava tornou-se capaz de estragar todo o mecanismo. A função dela é a de ajudar o sujeito a parar para pensar, como uma espécie de tacógrafo capaz de ajustar a velocidade ao limite que a estrada sinaliza e ao permitido e seguro para o percurso.

Algumas pessoas até tentam utilizar esse dispositivo natural; no entanto são impedidas pelo sistema cultural que as incentiva a extrapolar todos os limites para que se tornem vencedoras.

Acumulamos tantos receios infundados e medo de sermos ultrapassados; que perdemos o senso crítico, e na tentativa de avançarmos ou manter nossa posição destruímos os equipamentos.

Além do prejuízo que causamos a nós mesmos; nessa corrida em que a vida se transformou tem sempre alguém colado na nossa traseira tentando tomar nosso lugar, mesmo que seja apenas na nossa imaginação.

Descuidados nós quebramos as regras e nos tornamos gente estilo: velozes e furiosos.

O medo é um dos temperos da existência; se usado na dose certa dá sabor á vida – mas se usado em demasia, toma conta e faz com que tudo perca o sabor; além disso causa sérios problemas.

Paz e luz.

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