Os ditados populares são sábios e simples; mas incompletos.
Exemplo, um dos que tenta retratar a Lei de Causa e Efeito e de Retorno: Aqui se planta. Aqui se colhe. Aqui se faz. Aqui se paga...
(E, com um adendo contemporâneo: cada vez mais rápido).
Esse é um ditado popular muito antigo e até certo ponto verdadeiro. Embora focado no lado negativo da vida. O que é normal, pois nossas escolhas que contrariam as leis naturais ainda superam em muito as escolhas corretas. Por esse motivo, sempre é mais fácil perceber a lei do retorno como um tipo de punição ou de castigo.
Nessa situação somos experts no assunto:
- Bem feito! fez isso, e logo recebeu de volta aquilo...
- Todo mundo tem o que merece...
Quando o retorno, traz consigo a vitória ou a prosperidade dos outros somos até capazes de reconhecer-lhes o esforço; contudo, a dificuldade em anular a inveja e o despeito é enorme. Então, sempre que possível, verbalizamos com todas as letras, ou deixamos ao menos nas entrelinhas, que houve uma dose de sorte...
- Que sorte!
- Que destino maravilhoso Deus reservou para fulano !
- Deus foi muito bom para eles !
- E, outros disfarces da inveja e do despeito...
Com freqüência usamos de vários pesos e várias medidas para avaliar os efeitos que expressam sofrimento nos outros. Quando se trata da vida de nossos inimigos, Deus é justo, até prá lá de justo, impecável mesmo. Já quando somos nós ou nossos queridos que sofremos, interpretamos como azar ou destino.
O tem deste bate papo é a lei do retorno e a sensação de aceleração do tempo. Mesmo que neguemos, quando nos interessa, nós sabemos que o hoje é o ontem de volta. As diretrizes que movem nosso presente são a materialização dos efeitos das escolhas do passado se apresentando ao foco da consciência.
Num ritmo de ocorrências mais lento, causa e efeito ficavam naturalmente dissociados dentro das nossas lembranças, o que deu origem a conceitos de sorte, azar, destino, Deus quis isso ou aquilo.
Se hoje vivo determinada situação que me aflige, como aceitar o fato como minha escolha se não me lembro? O esquecimento do passado, muitas vezes nos parece injusto. No entanto, com o passar do tempo descobrimos que a sabedoria da vida, não lembrar do que fizemos é uma benção já que a percepção clara de causas e efeitos pode nos aprisionar em lamentos inúteis, choros e sofridas vinganças.
Nos últimos tempos as coisas se aceleraram e um novo ritmo foi imprimido á lei de retorno, e novos limites foram criados. E, estão ficando cada vez mais estreitos.
Causa e efeito estão se aproximando tanto nesse final dos tempos, que vão sair na mesma foto...
Nem todas as experiências, sejam negativas ou positivas, em andamento neste momento teriam que ocorrer de forma programada – os acontecimentos de nossa vidas fazem parte de um conjunto de probabilidades que desencadeamos com nosso pensar, sentir e agir; nós é que ajustamos com o uso da vontade a sintonia fina da Lei do Carma (-) ou do Darma (+).
A colocação de Jesus com a dica: Vigia e ora se encaixa bem neste foco. Usando o lado negativo ou Carma, um ditado popular reflete bem isso: Uma desgraça nunca vem só. Quando um fato negativo nos ocorre temos a tendência de ruminar e acalentar pensamentos circulares a respeito, e de tanto insistir, sintonizamos com outras probabilidades de ocorrência similares que cabem na nossa contabilidade existencial.
Exemplo: semana passada roubaram á mão armada e de forma bem agressiva uma pessoa amiga quando ela estava guardando o carro pela manhã para ir ao lado do trabalho. Ficou ruminando aquilo e verbalizou várias vezes o ódio que estava sentindo e que não conseguia esquecer. Disse a ela para ao menos tentar; e buscar ajuda, orar, etc. Nesses momentos de mais necessidade quando abrimos a guarda sempre arrumamos interesses sem noção – ela tinha mil coisas para fazer. Na Segunda feira relatou que no fim de semana “baixou o santo” em casa até o cachorro incorporou: discussão e brigas com agressão física (pai bateu no filho quase adulto e outras coisas triviais desses momentos) – alertamos de novo; novamente as outras prioridades foram dominantes – não deu outra ontem a notícia: entraram na sua casa pela manhã enquanto todos trabalhavam e levaram tudo. Noutra crônica vamos alertar para o modus operandi dessas quadrilhas sempre criativas e ousadas.
Muitas lições podem se encaixar numa situação destas; mas, o interesse hoje é reforçar a idéia da vigilância no pensar, sentir, agir para não sintonizar com ocorrências funestas que fazem parte da caixa preta da nossa consciência.
Cuidado para não quebrar nem deixar enferrujar o botão de sintonia; pois ele pode ficar focado apenas nas coisas negativas - daí, nem despacho ajuda.
Namastê.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
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