domingo, 23 de maio de 2010

RECORDAR É APRENDER – A ECOLOGIA DOS TIPOS DA ESCOLA – parte II

Antigamente os rótulos colavam muito fortemente e até feriam quando tentávamos nos livrar deles. Ás vezes, nós temos a falsa impressão de que tudo continua na mesma – mas, é preciso admitir que a sociedade esta cada vez mais tolerante com relação a algumas intolerâncias do passado; apenas a algumas; pois, com relação a outras, pouco ou nada mudou.

Um dos maiores avanços foi com relação á intolerância das tendências sexuais. Claro que ainda há muitos bolsões culturais de grave falta de tolerância; mas, no contexto geral, houve progresso.

O FRESQUINHO

Esse tipo leva jeito; mas ninguém viu nem sabe se é. Tipo “denorex”. São um tanto jeitosos, cheios de trejeitos e de vez em quando soltam uns gritinhos desafinados se provocados; ou mais ainda, nos momentos de extrema euforia.
Costumam dar-se bem tanto com o grupo masculino quanto feminino; embora fiquem com as orelhas quentes quando se afastam de alguns grupos.
Costumam vestir-se de maneira extravagante para os padrões da sociedade local.
A denominação de “bichinha” comporta mais o conceito de diferente dos normais ou até de extravagante; do que algo relacionado com as tendências sexuais da pessoa, tanto que no grupo das bichinhas temos tanto homens quanto mulheres.

O C.D.F

Esse é o cara!
O mais odiado e mais invejado da turma é sempre o que não pensa em mais nada além de estudar e tirar as melhores notas para ser notado e invejado como o melhor.
Esses “nerds” são amados quando emprestam os cadernos, deixam os outros copiar a lição de casa, deixam alguém colar na hora da prova.
Todos querem estar no seu grupo nos trabalhos em equipe; menos nas atividades de educação física; quando normalmente são odiados.
Nas festas a maioria quer estar bem longe dele.
Disputa a tapa, se preciso for, um lugar na turma do gargarejo. Aposta todas as fichas da vida no estudo como trampolim para subir na vida e ser notado, admirado e invejado.
Mas:
Nem sempre conquistam melhores posições na vida profissional e social.
Dizem alguns entendidos que é por estarem sempre na mira, na linha de fogo da inveja dos outros; pois sua perseverança ofende a preguiça da maioria normal.

O VAGAU

É doutor em desculpas e justificativas; a lei do nenhum esforço é a sua diretriz de vida.
Não é que ele seja um jeca tatu, pois quando as coisas lhe interessam ele é um pé de boi. Simplesmente é uma jogada de marketing pessoal para disfarçar sua inveja do c.d.f. O sonho de todos os vagaus é tornarem-se um c.d.f.

O vagau desenvolve um jeito estudado de quem não quer nada com nada; mero jogo de aparências; por isso, costuma surpreender muita língua comprida quando resolve assumir uma postura diferente; embora essa doença tenha uma cura complicada.

Cuidado, a postura de vagau costuma ser contagiosa, pois a preguiça pega.
A maior parte deles vai continuar na mesma até porque recuperar o tempo perdido num estalo, de um dia para outro é difícil.
Vagau que dá certo; costuma descobrir sua condição até a adolescência e trata de correr atrás do prejuízo; daí em diante, um abraço, é mediocridade na certa; no máximo vai virar um normal.
Será?

O CERTINHO

Responsabilidade um pouco acima da média; uma pitada de coerência; e o incrível hábito (se comparado com a galera) de cumprir com os deveres mais simples; torna essa criatura um ponto de referência para o resto do grupo; embora se torne um alvo para os medíocres descarregarem sua inveja na forma de piadinhas. Costumam ser ponto de referência das sogras em potencial que adorariam tê-los ou tê-las como genro ou nora; mas, por ironia do destino, não se sabe bem o motivo, tendem a se juntar ou casar com malas sem alça – Aí que dó!
A explicação dos “entendidos” é: cada qual atrai seu complementar. Quem quer um certinho na sua vida que se denuncie...

CABEÇA DE FERRO

Facilidade para aprender com naturalidade sem muito esforço; torna essa figura um objeto dos desejos, todo mundo na escola inveja essa característica – hoje são chamados de crianças índigo.
O que o diferencia do c.d.f é a naturalidade com que aprende, quando o outro precisa de um esforço redobrado.
Não chegam a ser gênios, talvez por isso mesmo, detém a chance de saírem-se muito bem na vida.

Ajoelhou tem que rezar! – Matou tem que comer!
A evolução é meio parecida com a eclesiástica lei da selva.
Ninguém mandou progredir e avançar mais do que os outros:
Tudo na vida tem um preço; se não usam a cabeça enferrujam fácil, tornando-se portadores de Alzheimer e outras doenças de falta de uso dos talentos já conquistados.

O GÊNIO

Essas peças raras costumam resolver tudo com tanta facilidade; e se tornam tão diferentes da maioria que costumam isolar-se ou serem isolados.
Todo mundo é tão despreparado psicologicamente para ser gênio ou lidar com um; que parte deles desenvolve problemas psiquiátricos.
Para a maioria dos normais; gênios são pessoas para serem admiradas á distância, bem á distância; conviver com uma delas; ninguém normal “merece” – pois, é encrenca na certa.

O PALHUDO

O desejo de ser grande transforma o mentiroso compulsivo numa figura caricata.
Tudo ele sabe; tudo ele já fez.
Tudo dele é melhor, maior, mais caro, mais difícil de encontrar.
Breve torna-se um desacreditado, mas no fundo é um cara “legal” que todos toleram; pois, suas palhas são apenas contar vantagem e suprir seu sentimento de menos valia e de inferioridade - raramente prejudicam alguém intencionalmente – no fundo são boa gente problemática.
Mudar esse marca pessoal torna-se muito complicado e difícil, pois as pessoas não conseguem acreditar em quase nada do que ele diz.
É natural que as coisas não corram muito bem para ele, já que a mentira tem pernas curtas; e quase sempre esse tipo leva uma vida medíocre até o fim de seus dias.
Palhudos vivem se queixando de cansaço – pois sustentar uma palha atrás da outra, dá uma canseira danada.
Costumam morrer na “palha financeira”.

O ENCRENQUEIRO

Há pessoas que tem o dom de criar confusão até onde não é possível.

Alguns assumem as encrencas; mas a maior parte deles arruma encrenca e puxa o carro.
Eles são muito ligeiros; tiram o seu da reta e deixam sobrar para os outros, mais lerdos.

Amado ou odiado o encrenqueiro não consegue deixar de colecionar desafetos por onde passa.

Esse nó cego de nascença costuma andar sempre enrolado. Pois cria encrenca de forma compulsiva mesmo que não queira; em todos os lugares onde se encontre – todos os acontecimentos em que estiver envolvido geram confusão.
Na sala de aula o encrenqueiro costuma fazer parte da turma do fundão.

Amizade com eles só “en passant” – pois, caso contrário; nós pagamos o mico.

O PALHAÇO

Aquele que sente uma necessidade compulsiva para tornar-se o centro das atenções, lá no fundo costuma ser um sujeito triste, com muitos recalques.

Para quem tiver paciência de observar; não é difícil ver que por trás da máscara do palhaço sempre é possível encontrar uma pessoa muito humana e interessante; ou uma pessoa amarga e irascível na vida íntima.

Há palhaços e palhaços!
Alguns muito conscientes do papel a desempenhar – outros não.

O palhaço quase sempre é um mistério a ser desvendado.

Cuidado para não magoar um palhaço, pois essa pode ser uma atitude muito perigosa.

Na postura de vida:
Prefere situar-se no meio do ambiente onde faz seu palco.

No sentido pejorativo é o normal; o ser vivente: votante, pagante, contribuinte...

Ainda não se identificou?

Não?

Entâo:

Continua...

sábado, 22 de maio de 2010

RECORDAR É APRENDER - A ECOLOGIA DOS TIPOS DA ESCOLA - parte I

Antigamente os “pentelhos” da escola eram os “filhinhos de papai” os playbois, os donos do pedaço; depois veram os bady boys – Nesta época está na moda o bullying prá lá; bullying prá cá; enrustidos e assumidos.
Avanços e retrocessos nas relações humanas sempre houve.
Nossa brincar de pensar de hoje; é recordar as “peças raras” da infância e da juventude; o que pode tornar-se um divertido jogo – claro que, com a finalidade única de aprendizado íntimo; pois, a lei de causa e efeito joga bruto; cuspiu no prato que comeu; vai morrer de inanição cósmica ou comer com cuspe e tudo (sofrimento de todos os tipos) – mas, sempre sobra o temperinho do amor, a dieta do perdão...

Nossos amigos, adversários ou colegas de ontem:
Quem virou o que?
Quando?
Sabe o fulano?

Será que o sistema ecológico humano sempre foi assim; tão caótico; mas, tão divertido?

Amantes, amadores, doadores, parasitas, predadores, simbióticos, vampiros, sanguessugas; de lado - No sistema ecológico das salas de aula tem gente de todo tipo e para todos os gostos.

Ainda bem que cada um é cada um.
O ser humano não se repete.

Será?

Pois, ano vai, ano vem, e a turma da escola, na tipologia, não muda tanto assim.

Geração após geração; aparentemente, os tipos, com algumas mudanças continuam quase os mesmos.

Em cada época mudam os apetrechos, os adereços, os interesses, as coisas da moda e os objetos do desejo; mas, no fundo, as mudanças nos tipos humanos são poucas; e ficam apenas na casca dos acontecimentos.

No decorrer das nossas vidas apesar do treinamento e da instrução recebida; continuamos quase com o mesmo jeitão da época da escola.

Podemos nos esconder atrás de escrivaninhas, debaixo de uniformes, atrás de cargos ou títulos; não importa onde estejamos posicionados; nem como nos apresentamos no momento –
podemos até criar uma personalidade profissional, embora na intimidade, como seres viventes, continuemos quase os mesmos de antes.

Em toda turma de escola do maternal à universidade há aquelas “figurinhas carimbadas” (nós mesmos) que nos marcam e marcam época; e, nesta brincadeira de auto percepção; nós vamos tentar identificar; se, os tipos com quem convivemos continuam parecidos até hoje.

Outra parte da idéia é descobrir; com a rara honestidade; a caricatura que se tornou nossa marca registrada na escola – e o que viramos. Onde e no que mudei?

Entender a origem dos tipos humanos esquisitos, engraçados e até perigosos, parece muito difícil, mas não é, basta saber que, ao nascermos trazemos tendências, predisposições e impulsos; um esboço de personalidade (a carinha de nossa alma); a outra parte é a influência que recebemos do meio ambiente: educação, condições da vida em família, ação da cultura e da instrução; dos vestibulares e dos concursos para fp; e nos dias atuais a mídia exerce uma forte influência sobre os mais fracos de caráter, etc.

As ferramentas para perceber as diferenças entre uns e outros são simples; e estão á disposição de qualquer um:

Observar, pensar para quem deseja; estudar e praticar.

Nosso desejo com esta brincadeira não é fazer com que todo mundo vire psicólogo de fundo de quintal.
Mas que, manjar um tiquinho de psicologia humana ajuda a gente a se virar melhor na existência; isso ajuda e, ninguém pode negar.
Afinal conquistar um melhor padrão de qualidade de vida como pessoa exige conhecer e saber lidar um pouco com a pedagogia de valores.

Para não cansá-los! Chega de conversa!

Nesta primeira fase da brincadeira:

Vamos nos divertir ao relembrar resumidamente alguns tipos estilosos:

MARIA VAI COM AS OUTRAS

O Zé normal.
Esse “ser”; sempre foi o mais comum dos mortais.
Essa figura representa a maioria que gosta de ser conduzida, manipulada. O típico seguidor de pesquisas. Exemplo, em época de eleições que podem definir seu futuro; eles esperam as pesquisas para escolher seu candidato: o que está na frente...
São fiéis seguidores das coisas da moda. E têm uma preocupação exagerada com o que os outros pensam a seu respeito.
Os dessa “renca” fazem parte da turma que vive em cima do muro.

Costumam ser fiéis adeptos ou fazem parte de torcidas.
Precisam sentir-se parte da “manada humana”; dos sem opinião própria e pouco dotados de criatividade; normais.
Não importam se certo ou errado, ético ou não; adoram o slogan: se todo mundo faz, também faço; é normal.
Fazem de tudo para que sejam aceitas nos grupos ou nas panelinhas.
No decorrer da vida sempre terão grande dificuldade em mudar a postura pessoal ou profissional exceto quando indicada e aceita pela maioria.
No trabalho são os típicos funcionários padrão.
Dentre outras coisas, seguem a religião da maioria; adoram dietas milagrosas, exames sofisticados, cirurgias plásticas.
Quando em ambientes contraditórios pintam-se, tatuam-se, enchem-se de penduricalhos.
Resumindo são os normais; que quanto mais tentam se diferenciar; mais normais se tornam; pois copiam a tentativa de se diferenciar de seus modelos.

NÃO SABE SE VAI OU SE FICA

Filho de pais controladores e pouco diferenciados na capacidade de pensar.
O tipo indeciso em tudo é um inseguro por natureza de DNA físico ou de berço cultural; pois pergunta se: a lição está bonita; se o que deve dizer e como se comportar; até para se vestir é inseguro; daí que esperar por ele é um tormento, pois é capaz de levar meses para se arrumar e trocar de roupa; desce todas do armário e ainda aluga alguém da casa para saber se ficou bem ou não.
Convidar essa “peça” para algum programa ou atividade é passar raiva na certa; uma hora topa, mas logo a seguir diz que não vai poder ir.
Cair com um deles na mesma turma para trabalho em grupo é um saco.
Outra característica é que sempre que se posiciona no espaço físico do grupo procura o meio.
Sua insegurança e o medo do julgamento dos outros é mais forte do que no tipo “maria vai com as outras”.

Quando consegue se libertar da preocupação do que os outros pensam dele costuma deslanchar na vida e até deixa de votar em branco nas eleições ou naqueles que estão na frente nas pesquisas.

NÃO CHEIRA NEM FEDE

Tem pessoas que conseguem passar pela vida como uma “coisa” em que as pessoas não conseguem prestar muita atenção, nem que elas pendurem uma melancia no pescoço.
Esse é o tipo que nem consegue ser “maria vai com as outras”, até porque; quase ninguém os convida para participar de nada; exceto quando há da parte do outro um grande interesse em lucrar de alguma forma em cima da figura.
O não cheira nem fede não tem nada a ver com o tímido. Pois, o tímido passado o medo do que os outros pensam dele; e amenizado o orgulho de ser rejeitado; logo ele arruma uma turma; e o tímido até se destaca na criatividade e no desempenho; mas, para ele é complicado mudar de turma, quando for preciso.

Os amorfos cultivam um desejo secreto de serem notados e principalmente amados.
Mas, o medo da rejeição faz com que se isolem; mesmo quando resolvem se expor, pois ficam sempre, não com um, mas com os dois pés atrás.
Quando resolvem mudar a postura pode tornar-se temporariamente o oposto: verdadeiras “loucas”.
Também fazem parte do grupo intermediário, e nunca conseguem sentar na frente nem no fundo da sala; são adeptos da turma do meião.
Quando adultos tornam-se os desaparecidos das listas dos encontros de ex-alunos, alguns são dados como mortos: - Lembra do fulano? - Lembro – Onde será que ele anda? – Não sei; parece que não sei quem disse que ele morreu.

Quando candidatos fazem parte daquela eterna turma onde só aparece a foto de relance na propaganda na TV.
Eternos coadjuvantes de tudo.

Vai pensando em que grupo você se enquadra.

Continua.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O CAVALO E O BURRO.

O cavalo e o burro
Adaptação da adaptação de Monteiro Lobato.
Era época de eleição no reino da bicharada. Dois amigos eleitores o cavalo e o burro iam votar no mesmo candidato e no mesmo partido, seguiam juntos para a cidade.
O cavalo contente da vida, relinchando sem motivo; com uma carga de trabalho de quatro arrobas apenas; e isso, após um feriadão prolongado e esticado pelas mordomias e direitos acumulados. Já o burro — Coitado! Gemendo sob o peso de oito; fora as horas extras trabalhadas no feriadão prá poder pagar o carnê das casas bahia.
Em certo ponto, o burro parou e disse:
— Não posso mais! Esta carga excede às minhas forças e o remédio é repartirmos o peso irmãmente, seis arrobas para cada um.
O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada.
— Ingênuo! Qual é mano? - Quer então que eu arque com seis arrobas quando posso tão bem continuar com as quatro? Tenho cara de tolo? Sou um muar concursado; eu me tornei alazão com direito a mordomias – Tá doido cara?
O burro gemeu:
— Egoísta, Lembre-se que se eu for prá caixa; pro INSS ou morrer você terá que seguir com a carga de quatro arrobas e mais a minha; prá continuar com suas mordomias.
O cavalo continuou tirando uma de novo, e a coisa ficou por isso. Logo adiante, porém, o burro tropica, vem ao chão e rebenta. Vai prá caixa e depois pro INSS com doença incapacitante.
Chegam os tropeiros do FMI, maldizem a sorte e sem demora arrumam com as oito arrobas do burro sobre as quatro do cavalo egoísta. E como o cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem piedade – cortam todas as mordomias e as vagabundagens.
— Bem feito! Exclamou o papagaio argentino. Quem mandou ser mais burro que o pobre burro e não compreender que o verdadeiro egoísmo era aliviá-lo da carga em excesso?
Tome! Gema dobrado agora; em 2011; 2012…

sábado, 8 de maio de 2010

SOMOS O QUE COMEMOS - EDUCAÇÃO ALIMENTAR

Educação é tudo...
É a construção do ser humano...

Doença é falta de educação.
Roubo, assassinato, agressão é falta de educação.
Falta de alimento e fome é falta de educação.
Explorar o próximo é falta de educação.
Ser explorado também é falta de educação.
Legislar em interesse próprio é falta de educação.
Estresse, depressão, angustia existencial, pânico, tudo isso é apenas falta de educação.
Trair a relação afetiva é falta de educação.

Será que toda e qualquer situação de sofrimento do homem é falta de educação?

Como avaliar a qualidade da educação de uma pessoa?
Através do conjunto de suas atitudes e hábitos – dentre elas, como e de que forma a pessoa se alimenta.
“Somos o que comemos”: pode-se acrescentar também, o que, como, e o quanto comemos, à medida que deixamos de fazê-lo e passamos a nos alimentar progredimos: ao ponderar que o excesso de alimento que dana nossa saúde pode ser repassado a outro que não tem acesso a ele, assim, nos tornamos mais saudáveis e éticos.

Observando uma criança comendo é possível também avaliar a qualidade de seus pais; tanto como pessoa quanto como educadores. Exemplo, a popular desculpa da pressa da vida moderna e da falta de tempo para preparar alimentos mais saudáveis; no fundo é um esconderijo da preguiça.

Prestar atenção ás falas do dia a dia pode ser muito útil:

- Meu filho não come verduras! - O meu detesta frutas! - Legumes? Nem pensar! - Não sei mais o que fazer para essa criatura comer!
- Sinceramente não sei como essa criança consegue parar em pé, ela não come nada!
- Meu neto é uma beleza, não tem esse problema, parece “lima nova” traça tudo que aparece pela frente! - se deixar ele come o dia inteiro!...
Conversa de mãe e de avó em qualquer lugar onde possam trocar figurinhas a respeito dos filhos. Principalmente na sala de espera dos pediatras.

Educação alimentar parece um bicho de sete cabeças capaz de engolir as boas intenções dos pais em educar os filhos.

Comer qualquer um come; até sem fome. Aprender a se alimentar já exige melhor qualidade humana. Evidente que a atitude mais inteligente seria começar certo; mas, a maioria de nós só desperta para a educação alimentar depois de criado um problema; daí vira reeducação, reforma – sempre sai mais caro reformar do que construir direito.
Antes de se tentar mudar os hábitos alimentares é preciso rever alguns conceitos. Pois, fixar conceitos e mantê-los em épocas de grandes mudanças como na atualidade é um risco para a qualidade de vida e até para a própria sobrevivência dos teimosos e dos que pensam pouco.

Aprender a buscar comida para manter-se vivo é um artifício natural para o progresso das espécies.
Faz parte do chamado instinto de sobrevivência. Para o animal é fácil, cada espécie sabe o que comer, quando e quanto, sem ninguém precisar ensinar. Para o homem a situação complicou-se com a capacidade de pensar e de escolher, a tal da liberdade ou livre arbítrio tornou-se um sério problema para quem tem preguiça de pensar e má vontade em reformar hábitos.

Por que mudar o costume?
Antigamente o ato de se alimentar envolvia poucos riscos, o maior problema era não ter o que comer. Se as opções são restritas a chance de errar é bem menor, tudo é mais fácil quando as opções são poucas e localizadas, e quando cada coisa tem a sua época certa, naturalmente. A qualidade humana para resolver situações desse tipo não precisa ser lá essas coisas, basta esticar o braço e colocar na boca o que está á mão e pronto. Hoje, a situação é bem diferente há milhares de opções cada uma mais atraente e perigosa do que as outras.
Daqui á frente a seleção natural vai estar com a corda toda; quem não quiser pensar que se cuide, vai transformar seu corpo numa lata de lixo químico.

Não custa nada revisar alguns conceitos sobre educação alimentar:

FALTA DE APETITE
Pouca fome ou muita fome é um conceito subjetivo e pessoal. Quando o adulto fala a respeito do apetite da criança, a maior parte das vezes está se projetando nela; medindo-a com a régua da sua própria fome e dos chavões culturais que recebeu e, incorporou ao seu sistema de crenças sobre o ato de alimentar-se. Exemplo, pais gulosos ou comilões representam um sério perigo para uma educação alimentar infantil de boa qualidade.

ANOREXIA
A ausência total de fome é comum na criança que vive um momento de doença febril ou um distúrbio digestivo grave.
Nesse caso, o desaparecimento da fome é um mecanismo automático, instintivo de sobrevivência e de defesa contra a doença. Principalmente contra a imposição que o adulto lhe faz da comida, como se o ato de comer e em grande quantidade fosse condição essencial de saúde e de vida.

Na vigência da doença o corpo da criança está tentado se recuperar concentrando suas defesas orgânicas para tentar resolver um problema momentâneo e localizado. Para tanto, a digestão deve ser interrompida temporariamente para facilitar o processo de recuperação.
Como um paradoxo, muitas vezes na doença febril uma das importantes causas primárias que possibilitaram a infecção foi o excesso de toxinas resultantes da dieta inadequada e excessiva, que o corpo da criança não foi capaz de eliminar pelas fezes, suor e urina. O mecanismo da febre tem como uma de suas importantes funções, além de ativar o sistema imunológico, neutralizar o excesso de toxinas (“queimar”); que põe o corpo em perigo. Doenças febris repetitivas; dentre outras coisas, sinalizam a necessidade de revisar a dieta.
O estilo de vida atual cria desastres como a anorexia mórbida que resulta dum choque de paradoxos: criança bela e vencedora é a gordinha – adulto belo e vencedor são os magros; nesse distúrbio cultural quem sofre mais são as mulheres.




APETITE SELETIVO
Simpatia e aversão a determinados alimentos é natural, e ás vezes até um problema de nascença.
A origem mais comum do apetite seletivo na maior parte das crianças enjoadas para comer: gosto disto; odeio comer aquilo; é decorrente dos seguidos episódios da anorexia das doenças febris não respeitados pelo adulto; pois, quando o apetite da criança some os pais ficam inconformados e desesperados; daí, eles partem para as guloseimas e o que a criança gosta. Há um fundo cultural capaz de justificar, apenas em parte, esse erro grosseiro, disseram para essas pessoas e elas acreditaram que, se a criança não come não vai sarar e pode até morrer; no entanto durante os primeiros anos de vida da criança, isso vai se repetir seguidas vezes e mesmo assim as pessoas não querem livrar-se dessa cultura da comilança; nem perceber nem aprender com as lições do cotidiano.
Na recusa ao alimento normal do cardápio da criança oferecem todo tipo de tranqueira. Para o adulto desprevenido não importa o que a criança coma, interessa apenas que coma alguma coisa.

Outro componente importante na formação de hábito alimentar seletivo é a falta de qualidade do pensar do adulto que só prepara e oferece o que a criança gosta. O desastre existencial é fantástico; essas crianças tornam-se pessoas ortodoxas demais; que não ousam experimentar o novo; e correm o risco de levar uma existência medíocre em todos os sentidos.
Apenas para aprender; selecionem uma pessoa conhecida que come sempre a mesma coisa; que não experimenta nada diferente – vida amorosa pobre; vida profissional medíocre; pois, aprendeu a vida toda a fechar portas e não a abri-las ao novo...

Infelizmente a maioria de nós vai precisar reciclar os hábitos de alimentação depois de adultos; e não raro; á força – espremidos por uma contingência ou doença.

Mas, na nossa eterna vida nunca é tarde para começar nada – quando encaramos cada nova situação como um novo desafio de aprendizado.

O que fazer?

De forma resumida:
Numa primeira fase de progresso “sentimos” os alimentos que nos fazem mal; depois, os que nos fazem bem; a seguir os que nos ajudam a pensar com mais clareza; depois os que nos trazem sensação de plenitude espiritual por serem mais desmaterializados. Nossa dieta espelha o grau de evolução: ancorados no plano físico mais grosseiro necessitamos de alimentos mais “pesados”; ao avançar, as necessidades diminuem em quantidade e melhoram em qualidade.

Além disso:
A dieta pode ser usada como exercício de força de vontade; pois ao a ajustarmos precisamos fazer pequenas “renúncias” diárias fortalecendo-a ao perseverar.
Qual a dieta ideal?
Conforme colocaremos na palestra do feriado de junho em Curitiba:
“A dieta ideal ou a do Apóstolo Paulo” permite comer de tudo; a inteligência é que mostra se devemos ou não; conduzida pela razão torna-se simples, ecologicamente correta e justa; desenvolve a humildade, pois quem a busca sem estar doente reconhece a perda de um estado de saúde orgânica, estético ou mental. Dentre outras coisas bem mais relacionadas ao simples estado físico de saúde ou doença.
Aprender a se alimentar implica na percepção energética do universo e ajuda a abandonar a visão de mundo puramente material; o ato de alimentar-se pode adquirir um significado transcendental; pois alimento é vida e se a recebo da natureza como retribuo?

A simples atitude de questionar-se ao receber o alimento pode oferecer um novo sentido para muitas vidas.

Alimentar-se também é aprender e praticar ecologia e ética; é saber receber e trocar; e, não apenas enfiar alimento “goela abaixo”; a energia tem que fluir para que exista vida e, é preciso manter aberto o circuito executando trocas, pois quem o mantém fechado retém o excesso que não flui, engorda, adoece ou morre; na verdade receber funde-se com entregar, passar adiante o que não é nosso e, reter naquele momento o que não é próprio cria doenças e morte. O conceito de amar ao próximo como a si mesmo (Jesus) é na realidade um conceito de recebimento-troca na sua pureza energética plena, até no ato de comer.
Mas, como repassar as verdades da vida aos comedores de chip?

A vida em si é um infindável recurso pedagógico. Quer se conhecer analise friamente seus hábitos de alimentação.

Quer saber como será a vida com seu novo amor?
Preste atenção ao que ele come; á maneira como o faz – e Bingo!
Já dá prá saber o que esperar dessa amada criatura.
Só gosta de comer tranqueiras – cuidado; pois, o efeito espelho da nossa personalidade na dieta é vero.

NA VIDA SÓ NÃO APRENDE QUEM NÃO QUER.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

CONTOS DE FADA PARA PAIS: JÕAZINHO E MARIA

DONA MÍDIA A BRUXA MALVADA

Era uma vez...

CONTOS DE FADA PARA PAIS MODERNOSOS

Num mundo chamado Mitolândia viviam na periferia de uma cidade chamada Modernidade uma família: paidrasto, mãedrasta, seus dois filhos: Joãozinho e Maria; e o resto da parentela.

O paidrasto vivia tão ocupado em ganhar dinheiro para manter os desejos da mãedrasta que raramente via os filhos. Um típico pai morto-vivo; pai vivo de filhos órfãos.

A mãedrasta vivia fazendo planos de consumir de tudo; e de aparentar mais do que era possível para se tornar a rainha do consumo e alcançar seu maior sonho: aparecer na TV no horário nobre; e tentava afastar para o trabalho o saudoso pai de conviver com seus filhos na melhor idade deles; ele havia sonhado tanto com isso; mas, ela na calada da noite sempre o convencia; isso, não passava despercebido, das crianças como forma de domínio.

Para alcançar seu intento ela bolou um plano: colocar as crianças na escola em período integral, para poder passar mais horas de frente á TV e aprender todas as manhas para realizar seu sonho – e empanturrar a dispensa com todo tipo de produtos práticos como exige a vida moderna; claro que com marcas de grife; quando estão em promoção no SM.

Mesmo que de forma subconsciente Joãozinho e Maria perceberam suas intenções e passaram a ficar doentes para afastá-la da TV.
Ela era obrigada a levá-los ao médico; e, ficava de “castigo” a cuidar deles durante um ou dois dias – mas, durava pouco; pois, suas febres e tosses, apenas, deixavam-na ainda mais irritada e TPMnoíca.

Joãozinho e Maria aprenderam a cuspir o remédio ou até a vomitar; mas não deu certo, pois depois vinha a injeção.

Nos finais de semana em que podiam ficar com ela e com o pai; sempre arrumava um programa para mandar para longe as crianças, cada vê mais mal cuidadas.

Até que entregou a guarda delas a uma bruxa malvada que adora devorar crianças muito, muito gordinhas:

A bruxa malvada, que na sua casa habita o aparelho de TV: a Dona Mídia.

Ela mora num castelo com telhado de chocolate; as pedras do jardim são de biscoito recheado; tem um chafariz de yogurte com sabor imitação de frutas; tudo é muito colorido – o sofá é feito de miojo e o travesseiro de algodão doce; os banhos são de refrigerante, cremes dentais comíveis que envenenam o organismo preparando terreno para as alergias com todas as suas ites, etc.

A bruxa que tudo construiu para atrair as criancinhas e depois devorá-las está cada vez mais feliz com suas perspectivas de lucro; pois conta como sócios o vô e a vó das suas vítimas; além da medicina que ajuda na engorda com vitaminas e corticóides – mal sabe ela que vai ter que fazer regime; pois, não vai conseguir comer tantos milhões de crianças obesas, pé na cova.
Ela vai precisar pedir ajuda e fazer uma empresa holding com a indústria farmacêutica e outras para desencarnar essa turma aos poucos; para não matar a galinha dos ovos de ouro: as cobaias.

Porém:

Nem ela nem a sociedade de Mitolândia e seus governantes contavam com a astúcia da azulada geração nova de crianças – não adiantou tentar chipá-las com chips de sabor e de odor (fedor) imitação de qualquer coisa; elas trocam todas as drogas comestíveis por uma cenoura, brócolis, couve-flor, maçã, banana tomate (sem agrotóxico). Detestam carne e não comem nem bebem nada que venha da soja.

Essas crianças estilo João e Maria estão nascendo aos montes e aprendendo a conviver com uma mãe que toma remédio prá dormir e para não ter peripake; com um pai que precisa de droga aditiva para pegar no tranco; com irmãos pé na cova por estarem sob o domínio da bruxa malvada que vai matá-los de enfarte, diabetes, obesidade mórbida, AVC; etc.

Essa turma mais avançada em soberania emocional e mais inteligente; vai sofrer o efeito da saudade; dar uma boa choradinha básica; e bola prá frente que ai vem gente muito mais evoluída.

Para os que se foram um abraço – E, por favor; a fila de retorno é do outro lado...